Uma mulher que se aprofunda na solidão gerada pela chegada da idade. É dessa maneira que Nívea Maria, de 77 anos, descreve sua personagem em “Norma”, que estreia amanhã no Teatro das Artes. Sucesso de público em 2002 — quando foi encenada por Eduardo Moscovis e Ana Lúcia Torre —, o texto de Dora Castellar e Tônio Carvalho ganha nova montagem com Nívea e Rainer Cadete, sob direção de Guilherme Piva.
Na trama, a atriz vive a rígida Norma, que tem a vida atravessada por Renato, um homem mais novo, antigo inquilino do apartamento em que ela mora, que vai até lá, com flores, pedir a ela que informe seu novo endereço a quem o procurar. A partir desse encontro, os dois tentam se livrar de dores do passado e enfrentar seus medos.
— Depois de tantos anos de carreira, é preciso ter responsabilidade. Meu foco como atriz é passar uma mensagem. Queremos que o público se envolva numa montanha-russa de emoções — diz.
Para Rainer, mais do que entreter, a peça é do tipo “que transforma o espectador”.
— Assisti à primeira montagem aos 20 anos, quando tinha acabado de chegar ao Rio e sonhava em ser ator. Pensei “esse é o teatro que acredito, que faz a gente pensar”. Protagonizar esse texto, hoje, é como falar para aquele jovem ator “deu certo” — lembra o brasiliense, de 36 anos.
Para o diretor, o cenário é um reflexo da história, sobre “dores que se encontram para falar de amor”.
— É tudo preto, branco e cinza. Âmbar, no máximo. Só há cor em dois lugares: as flores e uma capa de disco. O que mais trabalhei nesta versão foi o vazio, a complexidade dos personagens, a gama de emoções que os atores passam e a possibilidade de redenção.
Programe-se:
Onde: Teatro das Artes, Shopping da Gávea. Quando: Sex e sáb, às 20h. Dom, às 19h. Até 30 de junho. Estreia amanhã. Quanto: R$ 140. Classificação: 12 anos.
Post original através de oglobo.globo.com
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