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Conheça a trajetória de Aniela Jordan que migrou da matemática para a gestão cultural

Conheça a trajetória de Aniela Jordan que migrou da matemática para a gestão cultural

No dia 19 de dezembro, Aniela Jordan publicou esse post na rede Linkedin, que traduz a sua visão de mundo como a mais ativa produtora nas artes performáticas do Rio de Janeiro.

“Hoje é um dia especial. Vamos comemorar os 15 anos de Aventura justamente no Rio de Janeiro, onde tudo começou. Ao lado da equipe, construímos um know how de arte e produção que se adequa ao formato dos espetáculos, sejam eles musicais, óperas ou quaisquer outros estilos. A empresa foi e ainda é uma precursora, que continua na vanguarda da economia criativa. Felizmente, fazendo um balanço, de lá pra cá o mercado nacional evoluiu muito e hoje há um verdadeiro ecossistema de musicais”, diz a postagem.

Aniela diz ainda que sempre buscou um parceiro estratégico-comercial. “E a vida me presenteou com a amizade do Luiz Calainho, com quem fundei a Aventura. É um privilégio contar com você nessa jornada, promovendo a arte e a cultura brasileira”, continua.

Leonina, duas filhas, dois netos, Aniela desde cedo se envolveu com o mundo das artes. Estudou em Paris, resolveu estudar Matemática na PUC, mas formou-se em Administração na Cândido Mendes. Desde cedo participou do ballet de sua irmã Dalal Achcar, participou de uma montagem do Cavalinho Azul no Tablado como produtora, atriz e iluminadora.

Em um caso raro de carreira começou como iluminadora no Theatro Municipal, em um momento que não havia iluminadores. “Eu era jovem, mulher e tinha que dialogar com todos aqueles técnicos”, recorda.

Com as companhias estrangeiras servia de intérprete e participava da iluminação. “Tudo foi empírico. Aprendi muito e com isso já não existia mais a menina para equipe”, pontua Aniela.

No Municipal foi coordenadora técnica, diretora operacional, montou o departamento de produção, aprendeu o processo de produção, marketing, imprensa.

Aniela enfatiza que teve a chance na vida de aprender tudo no maior teatro do Brasil, com as maiores companhias estrangeiras, aprendendo. “Trabalhei igual uma maluca em uma idade que a gente trabalha muito, com duas filhas. Ninguém no Brasil teve essa oportunidade”, destaca.

Em 2002, criou a sua própria empresa. Recebeu a tarefa de montar a ópera “Candide”, de Leonard Bernstein, baseada no romance homônimo de Voltaire. Como Deus ajuda a quem madruga, precisando urgente de um tradutor, conheceu Claudio Botelho e o resto é história. Reabriu o Carlos Gomes com a “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque, em temporada de casa cheia por mais de um ano. Entendeu que o musical era um gênero de sucesso.

Em 2008, viu que o momento era de crescer, mercado maduro, criou a Aventura com Andrá Calainho, reabriu o Teatro Casa Grande. E assumiu o papel de show runner, o produtor que cria, participa, escolhe o elenco, dá o tom. Em 10 anos foram mais de 40 musicais, com ênfase também nos musicais brasileiros concebidos por sua própria equipe. A Aventura assumiu os Teatros Riachuelo, uma obra insana”, com diz Aniela, pois o antigo Cinema Palácio estava totalmente destruído.

Ter também o Teatro Prudential (antigo Adolpho Bloch) é para Aniela uma enorme emoção: “Lá naquele palco vi ‘Pippin’ pela primeira vez. Gostei tanto que fui assistir 35 vezes. Nem me cobravam mais”, diverte-se.

Hoje, tem novas prioridades. A começar pelos dois netos e consegue afirmar “aprendi a delegar e ser menos controladora”. É vista pelos seus parceiros como um produtora que ouve, sugere, cria. “Quando fomos fazer ‘Romeu e Julieta’, sugerimos as músicas de Marisa Monte, ela topou na hora. Em ‘Vozes Negras’ logo indicou o formato de seriado”, fala Gustavo Gasparani diretor de sucessos como “Bem Sertanejo”.

A criação da Ecovilla, dentro do Jardim Botânico, em 2022, um centro cultural com salas de aula, espaço para crianças, mostra mais uma vez a força criativa de Aniela. Inaugurando o horário adulto, acoplou um vale night – atividades supervisionadas para crianças enquanto os pais assistiam à peça de Pedro Cardoso.

Ela tem a vontade de ter um teatro em São Paulo, continuar a coordenar a equipe de 130 pessoas que é empenhada, trabalha muito. Agora, como já fez muitas coisas, produziu escola de samba, festival de ópera em Manaus… Sua equipe, assim como ela. é composta de aventureiros de alma. “Consegue trabalhar no futuro, no pensamento, no planejamento e no dia a dia”, elogia.

Essa é maior a Aventura de Aniela. Ir da Matemática à Gestão Cultural; ir da mesa de luz para produzir só sucessos.

 

Post original através de https://www.correiodamanha.com.br/cultura/teatro/2023/12/107726-conheca-a-trajetoria-de-aniela-jordan-que-migrou-da-matematica-para-a-gestao-cultural.html:

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