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Suástica sobre o nome de Israel em teatro: mulher diz à polícia que não conhecia o homem que aparece com ela no vídeo | Zona Sul

Suástica sobre o nome de Israel em teatro: mulher diz à polícia que não conhecia o homem que aparece com ela no vídeo | Zona Sul

A mulher suspeita de vandalizar o mural em homenagem a Carlos Drummond de Andrade, assinado por Rafa Mon, no Teatro Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, com um cartaz que traz uma suástica, símbolo nazista, sobre o nome de Israel, afirmou não conhecer o homem que aparece com ela no vídeo que circula nas redes sociais. Nas imagens, ela aparece ao lado do homem que está colando o cartaz e conversa com ele. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (22), em depoimento na 10ªDP (Botafogo).

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Titular da delegacia, o delegado Alan Luxardo diz que ela vai responder por praticar, induzir ou incitar a discriminação pela veiculação de símbolo nazista.

A mulher foi identificada nesta quinta-feira e intimada a depor pela Polícia Civil, após o caso ganhar repercussão. O ato, segundo testemunhas, aconteceu na noite desta terça-feira (19), e, após colar o cartaz, a dupla teria ido para um botequim próximo beber e conversar. Em depoimento a mulher confirma que foi ao bar com o homem, mas afirmou, mais de uma vez, que não o conhecia e sequer sabe seu nome.

“Não o conheço, o vi por acaso em uma rua próxima ao local e ele me disse que estava indo até o mural de Carlos Drummond de Andrade para colar um pôster lambe-lambe com o nome de Israel e a cruz suástica desenhada na letra ‘S’ daquele país”, disse em depoimento.

Ela afirmou ainda que resolveu se juntar ao homem e fazer uma manifestação, pois “anda extremamente incomodada com o que ocorre entre Israel e Palestina” e disse que nunca viu, em seus 46 anos de vida, “algo tão terrível como o que o governo de Israel está fazendo atualmente contra o povo da Palestina”. Para ela, “o governo de Israel está cometendo a mesma atrocidade que a Alemanha fez no Holocausto”.

A mulher revelou que já colou alguns adesivos em postes contendo os dizeres “Palestina livre” e que já tinha feito algumas publicações nas redes sociais a favor da Palestina. Contou ainda que após as veiculação do vídeo em que aparece com o homem colando o cartaz sobre o grafite, recebeu comentários ofensivos e decidiu excluir seus perfis em redes sociais.

Ao ser perguntada sobre o que ela diz ao homem no momento em que ele está colando o pôster no mural, disse que não se recordava.

Autora do painel, Rafa Mon diz que vai processar os dois:

— É uma mensagem antissemita. Danificaram um órgão de cultura pública e uma obra de arte que homenageia um poeta para colarem um cartaz de ódio.

Ricardo Brajterman, advogado de Rafa, diz que a dupla causou danos ao patrimônio público e à obra da artista e ainda pode ser enquadrada em diversas outras práticas criminais, como racismo e intolerância religiosa. Ele lembra ainda que a utilização de símbolos ligados ao nazismo é proibida.

A Comlurb retirou o cartaz no dia seguinte, e a Secretaria municipal de Cultura fará o restauro do mural. A pasta acrescenta que iniciou “os procedimentos oficiais para que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados pelo ato criminoso”.

Post original através de https://oglobo.globo.com/google/amp/rio/bairros/zona-sul/noticia/2023/12/22/suastica-sobre-o-nome-de-israel-em-teatro-mulher-diz-a-policia-que-nao-conhecia-o-homem-que-aparece-com-ela-no-video.ghtml:

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