Dupla vandaliza mural de teatro da Zona Sul com suástica sobre o nome de Israel; veja vídeo | Zona Sul

O mural em homenagem a Carlos Drummond de Andrade, assinado por Rafa Mon, no Teatro Municipal Sérgio Porto, no Humaitá, foi vandalizado com um cartaz que traz uma suástica, símbolo nazista, sobre o nome de Israel. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um homem e uma mulher colando o cartaz.

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O ato, segundo relatos, aconteceu na noite desta terça-feira (19), e, após colar o cartaz, a dupla teria ido para um bar próximo, para beber e conversar tranquilamente.

Autora do painel, Rafa Mon diz que soube do ocorrido na tarde desta quarta-feira e que reconheceu a mulher que aparece no vídeo. Segundo a artista plástica, ela é moradora da região: 

— Eu reconheci a mulher porque temos amigos em comum. Eu acho um imenso desrespeito e um crime, pois é uma mensagem antissemita. Danificaram um órgão de cultura pública e uma obra de arte que homenageia um poeta para colarem um cartaz de ódio.

Rafa conta ainda que já acionou seu advogado, Ricardo Brajterman, para entrar com as medidas judiciais cabíveis na esferas cível e criminal. Brajterman explica que o ato implica em danos materiais e morais não só ao patrimônio público, mas ao direito da artista, por ter tido sua obra vilipendiada, e ainda em diversas outras práticas criminais.

— Enquadra-se em crime de racismo, intolerância religiosa. É proibida a utilização de símbolos ligados ao nazismo em qualquer manifestação; é lei.

A Subprefeitura da Zona Sul informa que mobilizou a Comlurb, que já retirou os cartazes.

— Além de ser um ato antissemita este é um desrespeito com o equipamento público — disse o subprefeito Flávio Valle.

Titular da 10ªDP (Botafogo), o delegado Alan Luxardo diz que vai apurar o caso. A Secretaria municipal de Cultura, por sua vez, diz em nota que repudia veementemente o ato de depredação pública ocorrido na madrugada desta quarta-feira no Espaço Cultural Sérgio Porto, quando o mural em homenagem a Carlos Drummond de Andrade, inaugurado em 2022, foi encoberto “por dizeres antissemitas em suposto protesto”.

A pasta diz que realizará o restauro do mural e que já iniciou “os procedimentos oficiais para que os responsáveis sejam identificados e responsabilizados pelo ato criminoso”.