De Nany People aos Melhores do Mundo: festivais de humor reúnem nomes consagrados e jovens talentos | Barra

Os ditados populares não costumam errar, e já é mais que comprovado que “rir é o melhor remédio”. Pesquisas científicas mostram que o riso fortalece o sistema imunológico, aumenta a energia, é antídoto para estresse e dores e protege o coração. Nada melhor então do que começar 2024 com o astral lá no alto. Até fevereiro, dois festivais de humor ajudam na missão, reunindo artistas renomados e jovens talentos no Teatro Multipan, no VillageMall; e no Qualistage, no Via Parque.

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No Teatro Multiplan, o Rio Summer Comedy teve início na última sexta-feira e vai até 4 de fevereiro, reunindo cerca de 15 nomes da comédia, como Heloísa Périssé e Paulinho Serra, em cinco fins de semana.

— Acho incrível começar o ano com esses eventos. A cena de comédia em São Paulo virou uma espécie de voz e violão; as pessoas entenderam que, quando vão a um bar, verão um show. No Rio, só tem um comedy club, e não existe essa cultura ainda — diz Paulinho Serra, que se apresentará no encerramento do festival e é dono do Rio Retrô Comedy Club, no Uptown. — Acho que os festivais vão trazer a vontade de as pessoas assistirem a mais comédias ao longo do ano e fortalecer a cena. É bom começar o ano rindo.

Hoje, as gargalhadas ficam a cargo do Rio Comedy Club, com Marcos Castro dividindo o palco com seus convidados Bira Thomazi, Daniel Curi, Luciana D’Aulizio e Marcos Rossi. Outros artistas que vão se apresentar este mês são Matheus Ceará, Giovana Fagundes, Marcelo Duque, Pri Castello, Murilo Couto, Caio Martins, João Pimenta, Emerson Ceará, Flávio Andrade, Ed Gama, Maurício Meirelles e Diogo Almeida.

Com um milhão de seguidores, Giovana Fagundes, que brinca com comédia, relacionamento e autoconhecimento e faz piada sobre o homem hétero padrão, é um dos destaques do Rio Summer Comedy. Ela se apresenta no próximo sábado contando algumas de suas experiências no show “Orgulho do papai”, uma ironia com a pouca aceitação familiar de suas escolhas profissionais e pessoais.

Já em fevereiro, no dia 2, acontece uma das apresentações mais aguardadas, a da peça “A iluminada”, com Heloísa Périssé mergulhando no universo da palestra quântica motivacional. A atriz diz que escreveu o material após duas pandemias, uma particular e a outra mundial, e usa o humor para falar de superação, coragem e confiança. O encerramento será no dia 4, com Paulinho Serra dividindo o palco com Ranther Melo.

— O Ranther é uma promessa do humor na Zona Oeste, de onde eu venho. O público vai ver duas gerações: ele, que está começando, e eu, que estou na estrada há mais de 20 anos. Vamos contar histórias de perrengues, e as pessoas vão rir por se identificarem — garante Serra.

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As apresentações têm 80 minutos e acontecem às sextas-feiras, às 20h; aos sábados, às 16h e 20h; e aos domingos, às 16h e 19h. A classificação etária é 16 anos; e os ingressos, a partir de R$ 100 (inteira), estão à venda pelo site sympla.com.br.

— Desde julho do ano passado estamos construindo o festival com o produtor Eduardo Nanci — diz Nilton Santana, diretor-geral do Teatro Multiplan. — A ideia sempre foi uma só: oferecer uma opção leve, divertida e atrativa para o verão. De forma geral, fazer algo nesta época no Rio é ter bastante concorrência: de praias, resenhas, feijoadas de escolas de samba. Mas estamos animados.

Veteranos e nova geração em cena

Já no Qualistage, de 12 de janeiro a 3 de fevereiro, acontece o festival O Humor contra-ataca. O evento tem curadoria da atriz Renata Castro Barbosa e vai reunir nomes veteranos da comédia, como Sérgio Mallandro, Nany People, Serginho Gogó e Leandro Hassum, e artistas da nova geração, como Rafael Portugal, Fábio Rabin e Yuri Marçal.

— Tem melhor forma de começar o ano do que rindo? É assim que a gente quer e vai abrir 2024! O evento tem opções para todos os gostos e faixas etárias. Nossa intenção é fazer com que as pessoas tenham um momento de leveza e diversão. Será um encontro de várias gerações do humor para fazer a vida mais feliz. Não é a toa que o festival se chama O Humor Contra-ataca. Queremos mostrar que o Rio não é só samba e futebol, que temos e precisamos cada vez mais de espaços para a arte — afirma a curadora.

O festival reúne mais de 20 humoristas que se apresentam em quatro fins de semana, num total de oito noites. A abertura será com Flávia Reis, Yuri Marçal e Igor Guimarães. No dia seguinte subirá ao palco do Qualistage o grupo Os Melhores do Mundo, que apresentará “Hermanoteu na Terra de Godah”, uma sátira aos filmes sobre o Antigo Testamento. Antes haverá apresentação de Aarhon Pinheiro. No domingo será a vez de Fábio Rabin, com abertura de Gui Albuquerque.

— Garantimos a diversidade de gênero e a união de gerações do festival. O humor feminino é diferente, porque somos mais profundas e complexas. Estamos fincando pé num território ainda dominado pelos homens — diz Renata.

Em seu “Neurótica pocket show”, com duração de 40 minutos, Flávia Reis explora o universo das neuroses por meio de um bate-papo com a plateia e apresenta algumas de suas personagens. O show é conduzido por uma suposta terapeuta que, em uma palestra sobre neuroses, apresenta tipos como a mulher sufocada num subsolo após perder seu carro no estacionamento; Fernanda, a cerimonialista que se atrapalha ao atender vários celulares ao mesmo tempo; e Regina, uma vagina gigante. As personagens provocam o público a pensar por que as neuroses são sempre associadas à figura feminina. Vanda da Van, personagem criada por Flávia para a abertura das peças de Paulo Gustavo, também está entre as personagens.

—Para mim é uma honra participar do festival. Acho importante o humor feminino ter sido lembrado, e espero que esse evento vire uma marca da cidade — diz Flávia.

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O segundo fim de semana começa com Rafael Portugal, um dos principais nomes do humor no país e integrante do grupo Porta dos Fundos. No dia 20 será a vez da apresentação de Leandro Hassum, que está morando nos Estados Unidos. Já no dia 26, quem brilha sob os holofotes é a pioneira Nany People.

— O stand-up permite variações e adaptações. O espetáculo vem sendo revisitado o tempo todo, e cada apresentação traz novas histórias e muitas risadas. Afinal, o tempo vai mudando os nossos hábitos também. “Então… Deu no que deu” é um mix dos meus melhores momentos das outras produções, porém com novas piadas e interpretações. Além de novidades especiais, é claro, pois o humor é sempre vivo, e cada espetáculo é único — assegura Nany.

A atração do dia 27 é Paulinho Gogó, com abertura de Rômulo Belloti. O festival terminará com um show de Sérgio Mallandro, que será antecedido por Léo Castro. Os ingressos custam a partir de R$ 80 e estão à venda pelo site eventim.com.br.