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Teatro dos Correios no Rio é reaberto com nome em homenagem a atriz Léa Garcia | Rio de Janeiro

Teatro dos Correios no Rio é reaberto com nome em homenagem a atriz Léa Garcia | Rio de Janeiro

Teatro dos Correios reabre com nome da atriz Léa Garcia

O antigo Teatro dos Correios, no Centro do Rio, agora se chama Teatro Léa Garcia. O espaço foi reaberto nessa semana e foi rebatizado em homenagem a atriz que morreu há cinco anos. O novo nome é também uma marca na luta pelos direitos dos negros e ao combate ao racismo.

Léa, que fez história no cinema, no teatro e na televisão ao longo de 70 anos de carreira, ficou muito conhecida internacionalmente pela atuação no filme Orfeu Negro.

A artista concorreu ao prêmio Palma de Ouro, na França e ficou famosa por ser uma forte voz contra o racismo e o preconceito.

“Ela dizia que a gente não morreu enquanto a gente estiver na memória das pessoas, enquanto a gente é falado e enquanto a gente é lembrado. Então Lea Garcia foi tão teatro que ela teve que se tornar um teatro”, comentou Ana Magalhães, gerente de teatros da Secretaria Municipal de Cultura do Rio.

A atriz Léa Garcia, aos 90 anos — Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto

A reabertura do teatro é uma parceria entre os Correios e a Secretaria Municipal de Cultura do Rio.

“Esse teatro renovado e recuperado em parceria com a nossa área cultural aqui do Rio de Janeiro vai nos trazer cidadania e debate da cultura. É muito importante”, comentou Maria do Carmo Lira, presidente dos Correios.

O teatro reabre de olho na ancestralidade. A ideia é apresentar espetáculos, shows e eventos que abordam a cultura brasileira. O objetivo agora é dar espaço para a cultura negra e as tradições de povos originários.

O primeiro espetáculo em cartaz é “Macacos”, escrito, dirigido e interpretado pelo ator Clayton Nascimento.

A peça foi aclamada por oito anos, tempo que ficou em cartaz e passou pelas principais capitais do Brasil. O espetáculo aborda o racismo cotidiano sofrido por um homem preto ao longo da história do país.

“Macacos vai começar um momento muito bonito agora que são turnês internacionais. Essa peça é um grande estudo da colonização do Brasil e do nosso próprio povo”, comentou o escritor e ator.

“É muito bonito porque eu estou levando não somente o que aprendi como ator, mas a história dessa nação. O teatro negro, que nasce nas universidades, que vem da periferia e que está carregando toda a energia artístico-social da grande Lea Garcia”, completou Nascimento.

Interpretação sempre forte de Léa Garcia foi inspiração

Clayton comentou também sobre a emoção que é trazer a peça para o teatro que agora recebe o nome de uma das precursoras da inclusão do negro nos palcos brasileiros.

“É muito especial porque é um jeito de a gente perpetuar a história dessa atriz no Brasil. Deixar que as crianças descubram quem foi Lea Garcia. Deixar que este nome fique fincado na história da arte brasileira, como uma grande atriz que contribuiu muito para a formação da interpretação dessa nação”, disse Clayton Nascimento.

Post original através de https://g1.globo.com/google/amp/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/01/12/teatro-dos-correios-no-rio-e-reaberto-com-nome-em-homenagem-a-atriz-lea-garcia.ghtml:

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