×

“Como se fosse a casa”, performance solo de Ana Hadad com direção e dramaturgia de Eduarda Fernandes, estará na 49ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança

“Como se fosse a casa”, performance solo de Ana Hadad com direção e dramaturgia de Eduarda Fernandes, estará na 49ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança

Novo trabalho da pesquisadora da voz e atriz Ana Hadad, “Como se fosse a casa” entra em cartaz na Campanha de Popularização, de 25 de janeiro a 04 de fevereiro, quinta a domingo às 20h, no Centro Cultural Casa da Voz, no bairro São Pedro, em Belo Horizonte. Em cena, uma experiência de convívio, entre público e performer, com elementos autobiográficos e poéticos, ambientados na casa onde avó e avô da atriz moraram a partir dos anos de 1940. Ingressos populares antecipados, nos postos do Sinparc, site e aplicativo Vá ao teatro MG, a partir de R$25.

Quando a artista Ana Hadad convidou a atriz, dramaturga e diretora Eduarda Fernandes para conduzir, junto ao preparador corporal Rafael Batista e a preparadora vocal Michele Bernardino, o processo de criação de uma performance solo, em 2021, partiu se de um interesse comum em reavivar a noção de presença — material e coletiva — distorcida pela condição de isolamento social vivenciada na pandemia do COVID-19.

Em cena, as manifestações cênicas que têm como disparador o extenso campo autobiográfico se valem no exercício de coletivizar questões pessoais como: de que forma nos relacionamos com aqueles que adentram nossa(s) casa(s), que tipo de celebrações são importantes na nossa vida e como realizá-las, o que é ser um bom anfitrião, quais são os rituais ou protocolos necessários para se receber alguém, como nos relacionamos com quem cruza nossos caminhos e quais são as margens de intimidade que permitimos estabelecer em cada encontro.

A socialização da experiência da intimidade no território compartilhado do teatro ergue-se, então, como uma superfície de espelhos, arbitrária à identificação de quem assiste; são parâmetros sentimentais que, de tão elementares, se tornam universais.

Como dramaturga, ou “montadora dramatúrgica”, Eduarda Fernandes foi responsável por dar forma a essa pretensão autobiográfica e confundi-la com temas extra pessoais: os depoimentos e arquivos compartilhados associam-se a outros materiais sob o mesmo recorte temático, recriando significados, deslocando sentidos ou mantendo-os arraigados à origem.

Um trabalho de composição que, por si só, configura um processo de ficcionalização. Depois de estruturado o texto, Ana foi convidada a olhar novamente para si, traduzida pelas palavras de outrem: estranhas pela forma, mas substancialmente familiares pelo conteúdo. Toda apresentação, atriz e espectadores compartilham a responsabilidade de receber uma pessoa convidada; são co-anfitriãs de um evento ainda sem nome, mas com endereço, dia e horário. Em conjunto, devem trazer à luz do território cênico a singularidade desse/a que chega e desestabiliza os acordos estabelecidos até então. O passado biográfico, como tempo referencial esterilizado pela imutabilidade, serve para localizar, espacial e afetivamente, o território no qual os encontros acontecerão.

A encenação, por sua vez, não é representativa, não busca reproduzir esse ambiente, deixando esta uma tarefa para a potência imagética das palavras e para a habilidade imaginativa do espectador. Assim, procuramos criar um espaço-ritual, incorpóreo e invisível, que evidenciasse as possibilidades de convívio entre atriz, espectador e convidado. A teatralidade, no entanto, está presente nas formalidades gestuais, nos códigos visuais, nas paisagens sonoras e na especificidade das relações em cena.

Neste espaço memorado, a atriz reflete, entre outras coisas, sobre o nascimento, a vida e a morte: ciclo inerente à experiência de vida humana (e não humana), e no qual nos apoiamos para proporcionar encontros de toda sorte. Para explorar esse tema universal e inesgotável, a dramaturgia sobrepõe elementos antagônicos como forma de, pela oposição, evidenciar suas funções complementares. São eles: chegada e despedida; presença e ausência; morte e vida; pessoalidade e coletividade; memória e acontecimento.

“Como se fosse a casa” faz sua terceira temporada de quinta a domingo, de 25/01 a 28/01 e de 01/02 a 04/02, no Centro Cultural Casa da Voz, sempre às 20:00. A Casa da Voz é um novo centro cultural em Belo Horizonte, localizado próximo à região da Savassi.

SOBRE ANA HADAD

Ana Hadad é pesquisadora do trabalho vocal de atores e cantores, atriz, e diretora cênica. Sua pesquisa busca abordagens vocais que permitam uma expressão cênica natural e impregnada de presença, além de um tratamento vivo e dinâmico do texto falado e cantado. Para ela a voz é vista não só a partir de seu aspecto sonoro, sua matéria concreta, sua plasticidade, mas também de outro aspecto que deve ser considerado: o potencial simbólico existente na voz e na palavra, ao se observar o pensamento do ator, suas ideias, suas emoções, sua maneira de agir e reagir em seu mundo interior e exterior; enfim, o que o forma como sujeito durante a ação cênica. É mestre em Artes Cênicas, bacharel e licenciada pelo curso de Teatro da UFMG com formação complementar em Música. Em seu exercício de docência, já atuou como professora substituta do curso de graduação em Teatro da UFMG, e do curso de graduação em Artes Cênicas da UFOP. Faz parte do corpo docente do Curso Técnico em Arte Dramática do Centro de Formação Artística e Tecnológica da Fundação Clóvis Salgado, Palácio das Artes, desde 2014 e é gestora da Casa da Voz – Atelier de Expressão Artística, em que desenvolve pesquisa na linguagem cênica e musical, além de trabalhar com importantes grupos e artistas da cena contemporânea de Belo Horizonte.

SOBRE EDUARDA FERNANDES

Eduarda Fernandes (23) é atriz, formada pelo Centro de Formação Artística e Tecnológica (CEFART) – Palácio das Artes/FCS (2018). Atualmente, é cofundadora-integrante do grupo Quartatela e transita entre práticas do teatro, cinema, dança e educação. Nesta última categoria, coordena e ministra aulas pela Iniciativa Caminante — projeto de arte-educação direcionado à educação básica.

FICHA TÉCNICA

Atuação: Ana Hadad

Direção e Dramaturgia: Eduarda Fernandes

Direção de Movimento: Rafael Batista

Direção de Texto: Michele Bernardino

Criação de Luz: Régelles Queiroz

Equipamentos de Iluminação: Gato De Luz Iluminação

Trilha Sonora: Pamella Rosa e Gabriel Canedo

Voz da Casa: Raquel Pedras

Operação de Luz: Lucas Matias

Operação de Som: Sangô

Designer Gráfico: Nanauê

Produção: Pipa Cavalcanti

Realização: Casa da Voz

Agradecimentos: Iêda Faria, Rubens Hadad, João Bárbara, Vivico, Rubens Vianna, Allan Menezes, Amora Tito, Assis Benevenuto, Aurora Nietzsche, Beatriz França, Rizoma Comunicações, Brisa Marques, Bruno Maracia, Clara Panisset, Ernani Maletta, Fernanda Bravin, Gabriella Seabra, Guilherme Villeto, Igor Cerqueira, Mariana Maioline, Paulo Maffei, Renatha Maia, Raquel Castro, Raquel Pedras, Rogério Araújo, Thalita Motta, André Lee, Cida Falabella, Coral, Gláucia Vandeveld, Thawine Vieira, Vânia Barbosa.

SERVIÇO: Quinta a domingo, de 25/01 a 28/01 e de 01/02 a 04/02, às 20h, no Centro Cultural Casa da Voz

Ingressos R$30,00 (inteira) R$15,00 (meia)

Vendas antecipadas em: https://www.vaaoteatromg.com.br/detalhe-peca/belo-horizonte/como-se-fosse-a-casa

Endereço: Casa da Voz – R. Raul Pompéia, nº111 – São Pedro, Belo Horizonte – MG

Foto: Vinicius Carvalho

Post original através de https://www.bheventos.com.br/noticia/01-19-2024-como-se-fosse-a-casa-performance-solo-de-ana-hadad-com-direcao-e-dramaturgia-de-eduarda-fernandes-estara-na-49-campanha-de-popularizacao-do-teatro-e-da-danca:

Post Comment