Agenda vazia, ‘teatro’ e articulação: bastidores da reunião golpista
A reunião aconteceu no dia 5 de julho de 2022. O vídeo do evento fechado foi encontrado no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Agora, seu conteúdo faz parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado. Em vários momentos do encontro, Bolsonaro pede a seus ministros que atuem para impedir a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo um dos funcionários do então governo, o intuito do encontro começou a ficar claro à medida que Bolsonaro e alguns de seus ministros mais próximos tomavam a palavra. Para quem não sabia o que iria acontecer, houve a impressão de que nada daquilo era espontâneo. Segundo um deles, era um “teatro” para tentar escalar e ampliar a ideia de contestar os resultados da eleição.
“A impressão de alguns de nós era de que tudo aquilo já havia sido combinado antes”, disse outra fonte. “Não tinha agenda, mas tinha um script pré-acertado”. “Era como se eles soubessem quem era o próximo na fila para falar e o que deveriam dizer”, constatou outro.
Para os funcionários que estavam no local, havia um sentimento de que o encontro serviria para criar um ambiente de articulação e de que a iniciativa seria “carimbada” pelo gabinete.
Todas as três fontes que atuavam no Palácio do Planalto confirmaram ao UOL que, naquele dia, a reunião de Bolsonaro com os embaixadores estrangeiros já tinha sido decidida e que um pequeno grupo de pessoas no Executivo já atuava nesse sentido.
Durante o encontro, Bolsonaro sugere que faria o evento. De fato, no dia 18 daquele mês, os diplomatas estrangeiros em Brasília seriam chamados à sede do Poder Executivo.
Post original através de noticias.uol.com.br
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