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Teatro feito por artistas da periferia de Fortaleza é premiado no 22° Fesfort

Teatro feito por artistas da periferia de Fortaleza é premiado no 22° Fesfort

O 22° Festival de Esquetes de Fortaleza (Fesfort) chegou ao fim no último domingo (25) no Teatro da Praia com um público que marcou presença acima do esperado. A esquete Rasga Mortalha, do grupo homônimo, alunos da Escola de Teatro Periféricos, no bairro Bom Jardim, foi o grande destaque da noite, levando os prêmios de Melhor Esquete, Atriz Coadjuvante para Ananda Afiada, e Direção, Amanda Quebrada. A esquete conta a história de um corpo que é encontrado na periferia e logo vira alvo de sensacionalismo, especulação e fake news por parte da mídia especializada, afinal, de quem é o corpo? Qual sua cor? A pessoa que morreu sou eu? É você?

O evento cultural gratuito aconteceu de 21 a 25 fevereiro e contou com a participação de grupos teatrais da Cidade. A maioria dos destaques, escolhidos por voto popular e pela comissão debatedora composta por Neidinha Castelo Branco, Pedro Domingues e Solange Teixeira, artistas de notório saber artístico, fazem teatro na periferia de Fortaleza e mostraram a diversidade e a qualidade da produção artística local.

Na última noite do Fesfort, estiveram presentes ao teatro o filho do dramaturgo B. de Paiva, Rafael Paiva, que recebeu a homenagem ao pai pela edição de 2022, e a mãe do ator Rogério Mesquita, Marilena Mesquita, que também foi homenageado por 2023. Rogerio teve uma exposição de figurinos e adereços de peças usadas por ele em espetáculos do Grupo Bagaceira na recepção do Teatro da Praia.

Rafael Paiva citou o pai ao defender a cultura no Ceará. “Meu pai sempre dizia que o teatro é a arte da resistência, da transformação, da esperança. Ele dedicou sua vida a escrever peças que retratavam a realidade do nosso povo, com humor, crítica e sensibilidade. Ele ficaria muito feliz de ver esse festival acontecendo, com tantos artistas talentosos e comprometidos com a arte”.

O ator e diretor teatral Carri Costa, idealizador da mostra, avalia essa edição do Fesfort  foi uma edição muito especial.

“Mostrou a força e a diversidade do teatro cearense. Tivemos esquetes de vários gêneros, estilos e temáticas, que dialogaram com o público e provocaram reflexões. Também foi uma oportunidade de homenagear dois grandes nomes da nossa cultura que nos deixaram um legado de arte e resistência. Rogerio Mesquita e B. de Paiva foram inspiração para muitos dos artistas que participaram do festival, e para mim também”, comentou o artista.

FESFORT

O Fesfort é uma idealização de Carri Costa, que há mais de duas décadas mantém o festival e há mais de 30 anos o Teatro da Praia, um dos espaços culturais mais importantes e tradicionais de Fortaleza. A realização é da Associação dos Produtores Teatrais do Ceará (Aptece) e da Cia Cearense de Molecagem. O festival teve o apoio do Governo do Estado do Ceará, por intermédio da Secretaria da Cultura (Secult) e do Ministério da Cultura (MinC), pela Lei Paulo Gustavo, que viabilizou a realização da 22ª edição. O festival tem como objetivo valorizar a produção teatral local de grupos e artistas, estimular a criatividade e a experimentação, além de promover o intercâmbio e a formação de plateia.

Post original através de www.opiniaoce.com.br

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