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Grupo anapolino de teatro apresenta peça sobre vida e obra de Cora Coralina em Goiás

Grupo anapolino de teatro apresenta peça sobre vida e obra de Cora Coralina em Goiás

De Anápolis, o grupo teatral Matula Cênica se apresenta pela primeira vez na cidade de Goiás neste sábado (23), com uma peça que tem tudo a ver com a história da antiga capital goiana. “Sobre Figos e Folhas” é uma homenagem à histórica moradora da “casa velha da ponte”, Cora Coralina.

A apresentação faz parte do projeto “Aprumano a Matula” e acontecerá em sessão gratuita, com intérprete de libras, a partir das 19h, no teatro São Joaquim. De acordo com Ilmara Damasceno, uma das integrantes do grupo, Goiás será mais uma fonte de inspiração para o elenco.

“É sempre emocionante contar a história dessa mulher revolucionária, que esteve à frente do seu tempo, muitas mulheres se identificam com a história de luta e trabalho de Cora. Estamos muito felizes porque Goiás foi nossa inspiração para construção do espetáculo e onde nós sempre desejamos nos apresentar”, afirmou, em entrevista ao DM Anápolis.

“Sobre Figos e Folhas” é um espetáculo que traz à tona a montanha-russa de emoções e vivências em diversos momentos da mulher Cora Coralina. “Quem é Cora? Quem é Ana?”. O espetáculo traz Cora Coralina como personagem e suas histórias de forma poética.

Além da doceira e da escritora, o intuito é mostrar as inúmeras faces que ela tem. Nascida em Villa Boa de Goiás, no ano de 1889, Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, conhecida nacionalmente como Cora Coralina, é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras.

O diretor e dramaturgo Ribamar Ribeiro foi convidado pelo Matula Cênica para dirigir o primeiro espetáculo do grupo, reconhecido por seu talento e carisma, já havia trabalhado com alguns integrantes dentro e fora da cidade de Anápolis, apresentando sua técnica de teatro seminário.

Com foco no feminino, o grupo realiza projetos desde 2017 e mantém suas atividades através de editais de financiamento público para cultura. A aprovação no Fundo de Arte e Cultura de Goiás (FAC), um dos principais mecanismos de fomento e difusão da produção cultural do estado, segundo Ilmara, faz com que o trabalho possa amadurecer e alcançar novos horizontes.

“Ficamos muito felizes, pois é uma oportunidade de reorganizar o grupo, amadurecer e nos prepararmos para novos trabalhos. Acreditamos que ser contemplados por esse edital de manutenção de grupos nos colocou justamente nesse lugar de revisar nossos projetos e unir forças para continuar a caminhada”, explicou.

Desafios e perspectivas

Assim como a grande maioria dos artistas e grupos independentes, o Matula Cênica enfrentou diversos problemas durante a pandemia de Covid-19 e, agora, busca se restabelecer e ganhar cada vez mais o reconhecimento do público.

“Estamos trabalhando desde 2017, para nós a pandemia foi um aprendizado e uma oportunidade de mostrar nosso espetáculo para outros locais além de Anápolis, através das transmissões online. Quando voltamos às apresentações presenciais percebemos o quanto o espetáculo amadureceu”, relembrou Ilmara.

Enquanto ao fomento a cultura, a artista destaca como fundamental para dar seguimento nas produções e gerar renda para os profissionais da área. “Oportunizar o surgimento de grupos e artistas que pesquisam e desenvolvem produtos culturais autênticos, é muito importante para o desenvolvimento cultural do país, além de ser uma forma de democratizar o acesso da população à arte”, ressaltou.

“É difícil, é complicado trabalhar sem incentivo, principalmente no teatro. Não conseguimos hoje sobreviver só de fazer teatro, os profissionais desta área, em sua maioria, precisam ter outras profissões e trabalhos para garantir o sustento. Sem apoio não conseguimos desenvolver os projetos”, concluiu Ilmara.



Post original através de www.dmanapolis.com.br

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