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Um mergulho na vida de jovens artistas do teatro de Brasília

Um mergulho na vida de jovens artistas do teatro de Brasília

Nos palcos, os artistas encontram suas falas, dentro das luzes se encaminham para suas performances. No final, os aplausos surgem no processo criativo do teatro. Brasília pode ser considerada um pequeno espaço cultural para atores e atrizes, mas se engana quem acha que a capital não se tornou um sinônimo da manifestação artística. 

O teatro é uma das expressões mais fortes e relevantes para falar com a sociedade. As peças têm enredos de todos os tipos, desde dramas clássicos até comédias musicais modernas. A arte também se expandiu para além das tradicionais salas de teatro, com performances em parques, ruas e outros locais públicos.

Mas como é a vida de um jovem artista que escolheu viver da arte?

Taís Andrade Bizerril, 23 anos, sempre foi uma criança muito agitada, gostava de brincar, inventava histórias, ela gostava mesmo era de chamar a atenção. 

“Eu sempre fui assistir peças de teatro, circo, apresentações de mágica, eu sempre gostei muito e os meus pais sempre incentivaram, sempre me levaram para assistir, então eu assistia muitas peças da Néia e Nando, quando eu era pequena, em shopping, pedia para participar, interagia com os personagens, então eu sempre fui muito apaixonada por esse mundo, eu comecei a fazer aula de teatro com 5 anos e desde então eu acho que eu nunca mais parei”, conta ao JBr.

Taís em “Roxie” – Foto: Arquivo Pessoal

Já adulta, ela sabia qual caminho percorrer, fez vários cursos, estudou audiovisual, além de dublagem e tudo que está em torno da atuação. 

Claro que não é uma tarefa fácil viver de arte, isso não é segredo para ninguém, é necessário uma dose extra de amor pela profissão. 

“É uma aprovação, é complicado, eu acho que para se viver de arte em Brasília você tem que ser muito eclético, então tem que saber fazer de tudo um pouco, tem que saber fazer teatro para palco, teatro infantil, teatro em shopping, tem que saber trabalhar com produção, audiovisual, com eventos. Brasília tem muitas coisas, tem muitas áreas de trabalho, mas também não tem nenhuma muito grande, então não dá para você viver só do audiovisual ou só do teatro”, revela Taís.

Como a personagem Ariel – Néia e Nando – Foto: Arquivo Pessoal

Com sua pouca idade, já trabalha profissionalmente na área há 10 anos, desde 2014, como professora de teatro desde 2018. Taís percorre o “quadradinho” pelo sonho, atua na Cia Néia e Nando, Oja Laió, que são companhias de Brasília, além de dar aulas na Trupe Trabalhe Essa Ideia. 

“Eu acho que ser atriz, para mim, é ser mais de mim. Eu acho que se eu não fosse atriz, se eu não trabalhasse com arte, com teatro, com cinema, eu acho que eu seria menos de mim. Ser atriz, para mim, ainda mais nessa cidade que eu amo tanto, que eu conheço tanta gente, que eu já fiz tanta coisa, eu acho que é ser eu”, declara Taís. 

Iago da Costa Farias, 24 anos, tem muitos aspectos em comum com Taís. Além da idade e da formação em licenciatura em Artes Cênicas pela UnB, também encara a vida de ator com perseverança e amor. Pois sem toda a força de vontade desses jovens de andar lado a lado com seus sonhos não seria possível trilhar esse caminho.

“Outro dia vieram me perguntar, por que eu não só lecionava, pois o retorno financeiro era maior, eu disse por que não, não iria conseguir, simplesmente eu iria estagnar, por que a minha primeira paixão é ser ator”, comenta Iago.

E foi a partir dessa paixão que Iago desenvolveu suas habilidades: dar aula, escrever roteiros, direção e contar histórias.

Iago como um dos seus vários personagens – Foto: Arquivo Pessoal

“É tanto que você vai ver atores, atrizes que sempre trabalham com outra coisa, dão aula de teatro, trabalham com uma coisa que talvez não tenha nada a ver com teatro ou arte, e é muito difícil. Mas tem uma frase, acho que da Fernanda Montenegro, se eu não me engano, que ela fala assim, se você se ver fazendo outra coisa, faça; mas se você não se ver fazendo mais nada do que atuar, então você vai ter que atuar, porque você nasceu para isso”.

Brasília tem muito a trilhar para a profissão dentro do teatro, mais apoio do governo, fomentos, estudos, restauração de espaços.

Iago nos palcos – Foto: Arquivo Pessoal

“Eu espero que o teatro de Brasília cresça cada vez mais, como já está crescendo, mas que continue assim e que consiga realmente ter espaço e que dê credibilidade o suficiente para todos os tipos de arte, seja um teatro infantil, seja teatro musical, seja contemporâneo, moderno, que seja assim, que tenha espaço para todo mundo”, finaliza Taís.

“Eu acho que o teatro de Brasília ainda é muito um bebê, uma criança que ainda está criando habilidades, tendo coordenação motora, aprendendo palavras. Eu acho que é isso, acho que a capital ainda está nessa adaptação, nessa crescente, nesse desenvolvimento”, conclui Iago.

Post original através de jornaldebrasilia.com.br

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