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Vivo leva Denise Fraga aos palcos do teatro em campanha que questiona o tempo conectado

Vivo leva Denise Fraga aos palcos do teatro em campanha que questiona o tempo conectado

“O tempo passa? Não passa no abismo do coração”, escreveu o poeta Carlos Drummond de Andrade. É nesta mesma toada de questionamentos poéticos e filosóficos sobre o tempo que a atriz Denise Fraga sobe aos palcos, mais uma vez, para questionar o público sobre o excesso de tempo que passamos conectados ao mundo virtual. A atriz leva ao teatro duas apresentações de um monólogo criado para a campanha de fim de ano da Vivo.

Denise Fraga Vivo

Foto: Divulgação Vivo / Estadão

Nos vídeos da campanha, que serão veiculados nas redes sociais, a atriz questiona o espectador sobre o tempo de conexão, sobre a necessidade de acelerar os áudios no Whatsapp e também sobre a percepção de que o ano passou, mais uma vez, em um piscar de olhos. “Quando foi que a gente começou a achar normal acelerar as pessoas falando?”, questiona Denise na peça publicitária.

Criada pela VMLY&R, a ação “Tem tempo para tudo” será encenada em duas ocasiões no Teatro Vivo, em São Paulo. O texto da apresentação teatral foi desenvolvido pelo time de criação da agência, em parceria com Luiz Villaça e Vinícius Calderoni, da produtora Café Royal. A primeira sessão será realizada apenas para os funcionários da companhia; já a segunda, marcada para a terça-feira, 12, será transmitida ao vivo pelas redes sociais da empresa de tecnologia e ficará disponível no canal de YouTube da Vivo.

O diretor de criação da VML, Sleyman Khodor, explica que a ideia de convidar Denise Fraga para participar dessa campanha nasceu de uma “epifania”, diante da semelhança da peça “Eu de você” estrelada por ela, em que a atriz também discute sobre a correria da vida, baseada em história de pessoas reais. “Nós não queríamos que essa fosse meramente uma campanha publicitária de fim de ano, e ela, a Denise, é a pessoa perfeita para isso”, afirma o executivo.

Ao Estadão, a atriz comentou que ficou feliz com o pedido inusitado de participar de uma campanha sobre um questionamento que inquieta a própria artista, sobre como os celulares e as telas se transformaram numa extensão do corpo humano. “No geral, sinto que está todo mundo percebendo a aceleração insana desse momento, mas continuamos a agir como se não fosse um problema coletivo, de todos nós. E, sem perceber, já estamos de novo no celular, que cada vez mais toma conta do nosso cotidiano, pois está tudo ali dentro. Virou nosso órgão vital fora do corpo,” afirmou.

Denise ainda brinca com o fato de que, atualmente, a maioria das pessoas acaba acelerando os áudios recebidos no telefone por causa da correria do dia a dia. “O fato de acelerarmos o áudio é uma prática que vai acabando com a nossa paciência – daqui a pouco não teremos mais paciência para ouvir uma pessoa contando uma história até o fim”, diz Denise. “Nossa paciência está sendo treinada, na verdade, detonada. Mas aceleramos o áudio, vivemos numa correria, mas ainda não dá para acelerar a vida das pessoas. E isso é um dilema.”

Entre o veneno e o antídoto

A diretora de marca e comunicação da Vivo Brasil, Marina Daineze, conta que a nova campanha faz parte do projeto da companhia de incentivar os clientes a um uso mais equilibrado da tecnologia no dia a dia. “Nós queríamos trazer essa provocação de um jeito humano e gentil, e a arte é uma ferramenta fundamental para promover essa transformação”, diz.

Cecília Russo, da Troiano Branding, afirma que a marca conseguiu fugir das campanhas clichê cheias de “verde e vermelho”, das aparições do “bom velhinho”. A especialista acredita que a companhia acerta o tom do questionamento sobre o tempo em um momento de fim de ano, quando é comum que as pessoas tenham um sentimento de balanço do que foi vivido, o que também passa pelo excesso de uso de tecnologias e telas.

“Mas não deixa de ser curioso a Vivo ser a porta-voz dessa reflexão. É quase como uma mea culpa. É como se ela falasse ‘use menos meu produto'”, diz Cecília. “Eu acho que é uma mensagem que é muito sensível às pessoas, porque o tempo é uma moeda de muito valor.”

A especialista complementa que uma campanha de fim de ano sem um foco claro em produto, que gira em torno do posicionamento da marca, só é possível fazer sucesso quando parte de uma marca que já tem seu produto consolidado na cabeça do público. “A disputa das marcas não é mais sobre produto, é sobre ideias e contribuição para a sociedade”, diz.

Denise Fraga em campanha da Vivo

Foto: Divulgação Vivo / Estadão

Post original através de https://www.terra.com.br/amp/noticias/vivo-leva-denise-fraga-aos-palcos-do-teatro-em-campanha-que-questiona-o-tempo-conectado,ccc7a89ed29b5ee7f59ee24bfb7c35e2fwstxvi7.html:

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