Sensualidade, vingança e mistério: Drama francês “As Criadas” chega aos palcos do Teatro Deodoro

Uma trama cheia de sensualidade e mistério. É o que o público pode esperar do espetáculo “As Criadas”, dirigido e produzido pelo Centro de Pesquisas Cênicas (CEPEC). O drama francês de Jean Genet chega aos palcos do Teatro Deodoro a partir do dia 31 de maio, às 20h, e retrata o lado psicológico de duas irmãs – Claire e Solange – que trabalham para a Madame. Em um jogo que envolve raiva, rancor, submissão e admiração, as duas planejam a morte da patroa e prometem deixar o público de olhos fixos na produção que é dirigida por Claudemir Santos.

O diretor antecipa para o público a atmosfera do espetáculo. “Vamos desvendando o espetáculo em cada ato, em cada cena. Para mim, é uma honra montar um clássico tão importante para a dramaturgia. As Criadas é um fenômeno, super reconhecido e um dos espetáculos mais montados no mundo, uma obra de denúncia à vida de empregadas que de fato existiram. Trazemos para o palco questões que são ainda atuais, infelizmente, como abuso sexual e assédio moral”, explica Claudemir Santos.

O cenário escolhido pelo diretor é o quarto da Madame, com seus vestidos, lingeries, joias e maquiagens e é nesse espaço que o ritmo vai crescendo, que os corpos em cena aparecem, por conta de um trabalho corporal minucioso da direção com as três atrizes que conduzem todo o espetáculo.

Fazem parte do elenco Aldine de Souza, Ana Cecília Silva e Lara Oliveira. Aldine de Souza – que dá vida à Claire – é atriz veterana e traz para o público toda a sua experiência com os palcos. Ela conta como é participar desse processo de construção.

“Sinto um imenso orgulho de fazer parte dessa produção alagoana que está trazendo um legítimo drama francês com uma excelência artística ímpar. O público pode esperar um espetáculo esteticamente hipnotizante e reviravoltas imprevisíveis”.

Já a atriz Lara Oliveira – que interpreta a criada Solange – o espetáculo representa um jogo entre duas irmãs. “A Solange carrega dentro de si o ódio reprimido pela Madame e pela sua condição de criada. Ela ama a irmã, mas tem repúdio por toda a situação que elas se encontram, tornando-a agressiva muitas vezes, dentro e fora desse jogo”.

Para Ana Cecília Silva – que interpreta Madame – o grande diferencial do espetáculo é fazer o público se perguntar quem está com a razão neste jogo. “Serão os excluídos como as duas criadas ou será a Madame? Será que os acontecimentos justificam o ódio destrutivo das duas irmãs pela patroa? São questões que só o público que irá nos prestigiar pode responder. Com certeza todos sairão emocionados com essa grande obra do teatro mundial encenada por artistas 100% alagoanos”.