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Cine-Teatro Denoy de Oliveira recebe Antonio Pitanga no seminário “Memórias do Palco” nesta terça-feira

Cine-Teatro Denoy de Oliveira recebe Antonio Pitanga no seminário “Memórias do Palco” nesta terça-feira

Antonio Pitanga é próximo participante do seminário “Memórias do Palco” – Foto: Reprodução

Na próxima terça-feira (28), o Cine-Teatro Denoy de Oliveira receberá o ator Antonio Pitanga para debater sobre sua vida e obra no seminário “Memórias do Palco – Abre a Cortina do Passado”.

O ator ganhou fama nacional com o personagem Pitanga em “Bahia de Todos Os Santos” (1960), de José Hipólito Trigueirinho Neto. Com um personagem emblemático, acabou adotando como sobrenome oficial.

Figura emblemática do Cinema Novo, Pitanga interpretou personagens que expunham sistemas de opressão social e racial, atuando em filmes como “Barravento” de Glauber Rocha, “O pagador de promessas” de Anselmo Duarte e “Ganga Zumba” de Cacá Diegues. Ele destacou-se no movimento cultural de Salvador e foi levado por Glauber Rocha para a Escola de Teatro da UFBA, aprofundando seu contato com o teatro profissional.

Pitanga era comprometido em fazer o público brasileiro entender a força de sua própria cultura e confiava no novo ofício que abraçara. “O movimento me deu segurança e autenticidade para dizer ‘Estou no lugar certo, fazendo a coisa certa’. Me dava confiança para fazer uma interpretação original e brasileira, do meu jeito”.

No teatro, merece destaque sua participação em 1966 no terceiro espetáculo do Grupo Opinião: “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”, de Vianinha e Ferreira Gullar, com direção de Gianni Ratto, montagem histórica com grandes artistas no elenco, como Denoy de Olivera e Sérgio Mamberti. A peça burlava a censura utilizando linguagem e temas da literatura de cordel e mostrava com muito humor e musicalidade a enorme capacidade de sobrevivência do povo brasileiro.

Agora no palco do Cine-Teatro Denoy de Oliveira, Antônio Pitanga irá debater sobre sua vida e obra junto de Roberta Carbone.

Para complementar o grande espetáculo, o Núcleo de Teatro CPC-UMES fará uma leitura dramática da peça “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”, de Ferreira Gullar e Oduvaldo Viana Filho.

ABERTURA

O seminário Memórias do Palco – Abre a Cortina do Passado foi iniciado na última terça-feira (21), com um grandioso debate com o dramaturgo Lauro César Muniz. Com direito a casa lotada, o público pode debater as experiências de um dos mais importantes artistas brasileiros.

Ao abrir o projeto, a presidente da UMES, Valentina Macedo, destaca que o projeto muito especial do CPC-UMES justamente porque é algo diferente que estamos fazendo, um seminário pra gente discutir sobre teatro. “O Memórias do Palco, ele vem pra lembrar a gente do que é o teatro popular, de verdade. O que é o teatro feito pelo povo e para o povo”, ressaltou.

“Ela relembrou que uma das maiores dominações do imperialismo é justamente apagar a nossa memória, tentar apagar a nossa Cultura. Então, seja dentro das salas de cinema, onde vemos muito pouco do que é a cultura nacional, seja nas plataformas de música, que a gente também vê muito pouco do que é a nossa cultura, mas o teatro principalmente”.

“Nos próximos dois meses, toda terça-feira a gente estaremos aqui e convido vocês pra  participar também e acompanhar esse projeto que está muito bonito e é tão especial aqui para gente da UMES e que foi feito pelo CPC também com muito carinho”, convidou.

Lauro César Muniz junto a integrantes do CPC-UMES – Foto: Reprodução/CPC-UMES

“O LÍDER”

Em sua apresentação, Lauro César Muniz falou sobre a criação da peça “O líder”, que foi escolhida para a leitura cênica, na abertura do projeto. Ele relembrou que a peça foi inspirada em uma nota no jornal Folha de São Paulo de 1964, que retratava a prisão de um morador do litoral de São Paulo logo após o golpe militar. “Vou ser preso por saber ler”, indaga o personagem durante a peça.  

Muniz se disse emocionado em ver a encenação de sua peça após muitos anos e pediu que ela fosse encenada na íntegra em outra oportunidade. 

Leitura cênica da peça “O Líder”, de Lauro César Muniz, pelo Grupo Rodateatro – Foto: CPC-UMES

Também compôs o seminário o professor Flávio Porto e Silva, especialista em teledramaturgia brasileira.

Ao abordar a obra de Lauro César Muniz, Flávio destacou a indentificação popular com as criações principalmente pelo uso de uma linguagem essencial. “Linguagem do povo. Roman é um personagem extremamente brasileiro”, destacou. 

O professor fez ainda uma abordagem sobre a história da dramaturgia na TV brasileira, desde o início das transmissões, com a criação das encenações de peças, à produção das primeiras novelas brasileiras e como essas obras foram fundamentais para a criação de uma linguagem popular no veículo que se iniciava.

Lauro César Muniz e Flávio Porto – Foto: CPC-UMES

SERVIÇO

“Memórias do Palco – Abre a cortina do Passado”

28 de maio

Convidado: Antonio Pitanga

CINE-TEATRO DENOY DE OLIVEIRA

Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista – São Paulo

Reservas antecipadas de ingresso poderão ser feitas via telefone das 13h até às 18h. A reserva é válida até às 18h50. O telefone para reservas é: (11) 3289-7475.

No dia da apresentação, ingressos serão distribuídos com 1 hora de antecedência da sessão, na bilheteria do teatro.

Sujeito a lotação.

Veja a programação completa:

Post original através de horadopovo.com.br

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