Google celebra Bibi Ferreira, estrela maior do teatro musical brasileiro

O Google homenageou neste sábado a atriz e cantora Bibi Ferreira pelos Doodles – ilustrações que aparecem na página principal do portal de buscas. A artista histórica do teatro brasileiro, que morreu em 2019, completaria102 anos.

Bibi nasceu neste dia em 1922, no Rio de Janeiro, de pai diretor de teatro e mãe dançarina. Ela estreou no palco com apenas 1 ano, como substituta de última hora de uma boneca numa das peças de seu pai. Nunca mais deixaria os tablados.

Em 1941, Bibi estrelou seu primeiro papel principal ao lado de seu pai na peça A Estalajadeira. Marcou-se pelos musicais, e pouco se preocupou em migar para a televisão, com apenas duas participações em teledramaturgia.

Em 2003, foi enredo na Unidos da Viradouro e, em 2017, aos 95 anos, fez sua turnê de despedida dos palcos com “Bibi – Por Toda Minha Vida”, espetáculo só com músicas brasileiras. Sempre cantou o que quis, como quis. E sempre encheu teatros.

‘Bibi, Histórias e Canções’

Em 2012, ao completar 90 anos, a atriz saiu pelo País com o espetáculo “Bibi, Histórias e Canções”. Em entrevista a este repórter, ela exaltou o fato de cantar em público após os 90 anos.

“Graças a Deus, tenho 90 anos desse jeito porque tenho muita saúde. É uma dádiva chegar aos 90 com saúde, boa disposição, for­ma de falar perfeita, mente clara, dançando, cantando 30 canções num show”, disse ela, em entrevista ao Almanaque Brasil.

“É até uma boa ideia ter 90 anos e chegar aonde e como eu cheguei: de pé, cantando e com a cuca boa. É o que importa. Estou feliz, bem e disposta”, completou.

Gota D’Água

Ela também confessou que sempre entrou tensa no palco, e ainda revelou que cantar Gota D’Água, de Chico Buarque, era um dos momentos mais recompensadores no palco.

“Quando canto Gota D’Água dá para sentir a diferença nos aplausos ao terminar a música. É uma palma mais tensa, que é, ao mesmo tempo, grata e gratificante. É algo muito, muito bonito”.

E ela também exaltou a peça, escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes.

“Não existe na dra­maturgia brasileira uma peça tão filosoficamente bem-feita como Gota D’Água. O concerto musical é perfeito. Os solilóquios, os monólogos, as músicas, a orquestra, os bailari­nos, os diálogos. Tudo é perfeito em Gota D’Água. É o máxi­mo do teatro brasileiro”

Bibi Ferreira morreu em 2019, aos 96 anos, vítima de uma parada cardíaca, há tempos reverenciada como uma das personalidades mais devotas às artes que já surgiram no País.