‘Brás Cubas’, da Cia Armazém, leva principais categorias do Prêmio APTR; veja lista completa de vencedores | Cultura
Reinaugurando o Teatro Carlos Gomes, no Centro do Rio, após dois anos de reformas, a 18ª edição do Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro) teve “Brás Cubas”, da Cia Armazém, como grande destaque da noite desta segunda-feira (1º), levando os prêmios de Espetáculo e Direção (para Paulo de Moraes). “Julius Caesar – Vidas paralelas” e “Furacão” também levaram dois troféus cada.
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A cerimônia foi uma grande celebração ao fazer teatral, que teve início com uma imagem rara em premiações: quase todos os cerca de 90 indicados em 17 categorias apareceram juntos no palco, revelados pela cortina que correu pela primeira vez após a reforma. Com apresentação dos atores Deborah Evelyn, Amaury Lorenzo e Luisa Arraes, o roteiro da noite intercalou números musicais e homenagens.
A noite começou com uma adaptação da cena do balcão de “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, interpretada por Luisa Arraes, do alto do primeiro balcão, e Amaury Lorenzo, do meio da plateia. O trecho vem de uma tradução feita por de Bárbara Heliodora (1923 – 2015), crítica do GLOBO e ex-integrante do júri da APTR, para a obra do bardo.
Após apresentações do presidente da APTR, Eduardo Barata, e do secretário municipal de Cultura, Marcelo Calero, o prefeito Eduardo Paes falou sobre a reforma do espaço e de sua importância como um “equipamento histórico e tão qualificado para a revitalização do Centro”. Em seguida, o trio foi acompanhado pela atriz Renata Sorrah, a deputada Jandira Feghalli e os vereadores Tarcísio Motta, Tainá de Paula e Mônica Benício para a inauguração da placa que marca a reabertura do teatro.
Na véspera de seu aniversário de 87 anos, Amir Haddad subiu ao palco para entregar o primeiro prêmio da noite, Atriz Coadjuvante, para Carol Garcia (“Kafka e a boneca viajante”). Outra homenageada foi a atriz Joana Fomm, que completou 65 anos de carreira e faz 85 anos em setembro, que subiu ao palco para entregar o prêmio de Ator Coadjuvante para Isio Guelman (“Julius Caesar”). O espetáculo também foi premiado na sequência na categoria Dramaturgia, para Gustavo Gasparani.
A categoria Especial – Troféu Marília Pêra destacou os 90 anos do Teatro Rival. Ceiça Moreno (acordeon), George Sauma (piano) e Denise Pombal e Valeria Barcelos (voz) interpretaram “O bêbado e o equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, antes de entregarem o prêmio para a atriz Angela Leal. No palco, ela ainda recebeu mais uma surpresa: Sidney Magal cantou “O meu sangue ferve por você”, fazendo todo o teatro o acompanhar. Angela lembrou que Magal começou no Rival, cantando nas revistas.
– Queria agradecer meu pai (Américo Leal), que meu deu essa missão, que comprou aquele teatro, escondidinho, atrás da Cinelândia. E também a Oduvaldo Vianna, que inaugurou esse teatro com uma peça chamada “Amor”, que acho que foi a tônica que nos trouxe até aqui – disse Angela, emocionada.
Um dos destaques da cena teatral de 2024, Cleyton Nascimento recebeu o prêmio de ator protagonista pelo monólogo “Macacos”:
– Escrevi “Macacos” num quartinho de 2 por 2 metros. Esse prêmio é para mostrar pra todo jovem preto periférico que ele pode sim sonhar – agradeceu o ator.
Com direção musical de André Abujamra, a trilha musical da noite trouxe diferentes intervenções na ópera “O Guarani”, de Carlos Gomes (1836-1896), compositor que dá nome ao espaço. A noite terminou com uma homenagem ao cantor e escritor Chico Buarque, que completou recentemente 80 anos, e teve sua contribuição aos palcos relembrada, com citações a “Roda viva”, “Calabar”, “Gota d’água”, “Ópera do malandro” e “Os Saltimbancos”.
Os premiados de 2024 foram selecionados pelo corpo de jurados formado por por Beatriz Radunsky, Carmem Luz, Lionel Fischer, Macksen Luiz, Tânia Brandão, Wagner Corrêa e o crítico do GLOBO Daniel Schenker. A atual formação se despediu do prêmio este ano, e será substituída pelo novo corpo de jurados, formado pela crítica e repórter Claudia Chaves; o fotógrafo e colunista do GLOBO Leo Aversa; a jornalista e supervisora criativa Fátima Sá; a atriz, diretora e fundadora da Companhia Atores de Laura, Susanna Kruger; a fonoaudióloga e professora titular das disciplinas de Voz da Escola de Teatro da UniRio, Jane Celeste; e o ator, produtor e diretor Luiz Antonio Pilar. Para a nova categoria Infanto-juvenil, o júri passa a ser formado pela atriz e apresentadora Luana Xavier; pelo professor do programa de pós-graduação Artes da Cena da UFRJ, Manoel Friques; e o jornalista João Santana.
Veja a lista de vencedores do Prêmio APTR
- ATRIZ EM PAPEL COADJUVANTE: Carol Garcia (“Kafka e a boneca viajante”)
- ATOR EM PAPEL COADJUVANTE: Isio Guelman (“Julius Caesar – Vidas Paralelas”)
- DRAMATURGIA: Gustavo Gasparani (“Julius Caesar – Vidas Paralelas”)
- CATEGORIA ESPECIAL – TROFÉU MARÍLIA PÊRA: Teatro Rival – 90 anos de História
- MÚSICA: Stephane Brodt (“Furacão”)
- DIREÇÃO DE MOVIMENTO: Suely Guerra (“Beetlejuice”) e Paulo Mantuano (“Restos na escuridão – Engenharia reversa”)
- ILUMINAÇÃO: Vilmar Olos (“Como posso não ser Montgomery Clift?”)
- CENOGRAFIA: Ana Teixeira e Stephane Brodt (“Furacão”)
- FIGURINO: Karen Brusttolin (“A aforista”)
- CATEGORIA JOVEM TALENTO – TROFÉU MANOELA PINTO GUIMARÃES: Elenco e equipe criativa de “Se essa Lua fosse minha”
- INFANTIL: “Azul”
- ATRIZ EM PAPEL PROTAGONISTA: Ana Beatriz Nogueira (“Sra. Klein”)
- ATOR EM PAPEL PROTAGONISTA: Cleyton Nascimento (“Macacos”)
- PRÊMIO ESPECIAL: “Meu corpo está aqui”
- DIREÇÃO: Paulo de Moraes (“Brás Cubas”)
- ESPETÁCULO: “Brás Cubas”
- PRODUÇÃO: “Jovem Frankenstein” (Aventura e Moeller & Botelho)
Post original através de oglobo.globo.com
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