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mais uma noite inebriante no Teatro Feevale- Martin Behrend

mais uma noite inebriante no Teatro Feevale- Martin Behrend

Público de diferentes gerações curtiu mais um vibrante encontro da The Dogs com a Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo

Quando os primeiros acordes de “Don’t Stop Believin”, um som clássico de Journey, ecoaram por um quase lotado Teatro Feevale, já havia uma certeza: seria mais um noite de êxtase em homenagem ao Dia Mundial do Rock – 13 de julho.

Esse prenúncio se confirmou com sobras.

Na gelada noite desta sexta-feira (12), a quarta edição do Rock in Concert Orquestra voltou a reunir no palco do maior teatro do Rio Grande do Sul o quarteto da banda The Dogs com a gloriosa Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo.

Mantendo a pegada das edições anteriores, o entrosamento entre os grupos vai se consolidando a cada encontro. Se o tempo para os ensaios coletivos é escasso, o talento, a qualidade musical e a entrega dos músicos compensa.

Um sinal visível dessa afirmação: o espetáculo tinha à venda ingressos para as plateias baixa e alta. Não foi suficiente em razão da demanda: camarotes e frisas precisaram ser abertos, além da colocação de cadeiras extras. O público – sendo que muitos foram pela primeira vez ao show – sabe que a proposta merece ser apreciada. Um detalhe: de crianças a experientes roqueiros com cabelos brancos, a pluralidade e a diversidade dos presentes mostram que a paixão pelo rock segue passando de geração para geração.

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THE DOGS

Nesta quarta edição, algumas escolhas ajudam a entender o sucesso desse encontro de estilos.

A começar pelo entusiasmo e motivação da The Dogs. Lucky Alves (voz e bateria), Daniel Hunger (teclados), Rodrigo Ruivo (voz e contrabaixo) e Marcelo Marinoni (guitarra e voz) levaram os 25 anos de história da The Dogs a outro patamar.

O entrosamento deles flui com a naturalidade de parceiros de longa data. Mesmo distantes em extremos do palco, Hunger – cercado por piano e teclados – e Marcelão, com sua indefectível guitarra, levam de boa mesmo sem cruzar olhares. Mais ao centro, o carisma de Lucky, com sua incrível variação de vozes e a energia da bateria, bem como a segurança e a capacidade vocal de Rodrigo Ruivo, permitem que a banda tenha um timing envolvente.

ORQUESTRA

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Em relação à Orquestra de Sopros, é sempre bom saber que a Prefeitura de Novo Hamburgo mantenha e valorize essa história de 72 anos. Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do município, a orquestra tem a capacidade de se adaptar a diferentes desafios. O repertório roqueiro exige uma dedicação especial dos músicos, e a resposta é positiva e qualificada.

Também é preciso salientar a condução vibrante do maestro Linus Lerner. Filho de Novo Hamburgo e com reconhecimento internacional, ele entrega uma energia especial para o Rock in Concert Orquestra. Admirado e respeitado pelos músicos – sendo merecidamente citado pela The Dogs -, Linus confirma o seu prazer em estar ali com expressões de satisfação – e até sorrisos – ao final de cada música. Se algo não sai como o planejado pela dificuldade dos ensaios coletivos – sinceramente, o grande público não percebe -, Linus mantém a intensidade e a energia de movimentos capazes de liderar o espetáculo.

Uma postura que salienta a harmonia entre The Dogs e Orquestra de Sopros chama a atenção. Existem momentos em que cada grupo fica em evidência dentro dos arranjos. Quando é hora da The Dogs brilhar – inclusive com solos dos integrantes -, a orquestra fica admirando. E o inverso também é verdadeiro: quando a orquestra ganha protagonismo, o quarteto é que desacelera para apreciar.

Um “contraste físico” no palco exemplifica essa química: lado a lado, a sobriedade de Marcelo Marinoni com sua guitarra e a energia pulsante de Gabriel Nunes com seu contrabaixo traduzem a conexão estilo old friends entre os grupos.

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Outro ponto que merece ser destacado é a escolha do repertório. Não é hora de buscar um rock mais complexo ou de bater cabeça. Clássicos de Queen, Led Zepellin, U2, Joe Cocker, Pink Floyd, Journey, entre outros, acertaram em cheio no gosto do público.

Para completar essa noite memorável, a presença de convidados especiais enriqueceu o desempenho coletivo. A guitarra de Pablo Klein e o Movimento Coral Feevale potencializaram alguns sons, turbinando a riqueza musical do espetáculo.

Cachorros, sopros e vozes. Uma combinação inebriante para celebrar o Dia Mundial do Rock. Novo Hamburgo viveu mais uma noite sublime.

Ah, e uma das melhoras notícias da noite foi um “furo jornalístico”. Antes de subir ao palco, Daniel Hunger foi questionado pela competente gerente do Teatro Feevale, Patrícia Scossi, se ela deveria reservar o dia 13 de julho de 2025 – um domingo – para a quinta edição do Rock in Concert Orquestra. A resposta de Hunger – revelada no palco – foi: “Sim, pode reservar”. Vamosssssss!



Post original através de www.martinbehrend.com.br

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