Atriz de MS vence as barreiras da deficiência e se torna professora cênica e campeã nacional de teatro | Mato Grosso do Sul

“Não existem barreiras para pessoas com deficiência”, foi essa a frase que motivou a atriz e campeã, Evelyn Machado, de 38 anos, a conquistar o sonho da independência e também se tornar professora de teatro.

Diagnosticada aos 24 anos com deficiência intelectual de grau leve, a atriz sul-mato-grossense precisou enfrentar muitos desafios para conseguir se encontrar no mundo da encenação.

“As pessoas me perguntavam o porquê eu fazia peças, que iriam rir de mim, mas eu nunca desisti. Quando eu entro no palco, me sinto realizada…me sinto viva”, conta a atriz.

A batalha seguiu por muitos anos. Ao perder a avó, em 2010, a atriz precisou procurar uma fonte de sustento, quando conheceu a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

“Ao entrar no mercado de trabalho era complicado, porque as pessoas com deficiência precisam de acompanhamento. Então, descobri a APAE e entrei no meu primeiro emprego que foi em uma loja no shopping”, relembra a atriz.

Sem nunca deixar a atuação de lado e com a ajuda da associação, atualmente Evelyn leciona na companhia de teatro Adote e já foi premiada em dois festivais diferentes.

Tirou o 1° lugar no Festival Nossa Arte, com o espetáculo “Filhos do Pantanal”, em Ponta Porã, e o 3° na edição nacional em Manaus. E agora segue para a etapa nacional do Festival Nossa Arte, no Rio de Janeiro.

Nós somos normais, como qualquer um, só que temos limitações”, parafraseia a atriz

Aos alunos, a atriz tenta mostrar como o teatro pode mudar vidas, principalmente para as pessoas com deficiência, contribuindo com a coordenação motora, dicção e autoestima.

“A visão das dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam para entrar no mercado de trabalho das artes cênicas é complicada e ter essa oportunidade para ministrar aulas, é algo rico e grandioso”, finaliza Evelyn.

A professora abriu uma turma para o segundo semestre para jovens e adultos a partir de 14 anos, pela companhia ADOTE. Para os interessados, o contato da escola é (67) 9 8117-9379.

Para os proprietários, a presença de Evelyn é importante para a escola. “No início, foi muito difícil para ela se adaptar às aulas, já que era uma das únicas alunas com deficiência na turma. Ela [Evelyn] se dedica muito ao trabalho dela como autodefensora na APAE, e percebemos o esforço que ela tem para trazer atividades artísticas para a escola. Testamos por quatro vezes, aleatoriamente, a Evelyn dando aula com exercícios que ela havia aprendido, e mesmo com as dificuldades devido à deficiência intelectual, ela conseguiu driblar e passar aulas muito legais”, conta Daniel Smidt e Beth Terras.

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