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Débora Falabella: ‘Conseguir trazer o teatro para o caminho popular da TV é muito positivo’ | Cultura

Débora Falabella: ‘Conseguir trazer o teatro para o caminho popular da TV é muito positivo’ | Cultura

Débora Falabella e Yara de Novaes Reprodução

As atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes foram entrevistadas nesta sexta-feira (19) no Fim de Expediente, na CBN. Em conversa com Dan Stulbach, Teco Medina e Zé Godoy, a dupla, entre outros temas, falou sobre a peça “Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante”, novo espetáculo do Grupo 3 de Teatro, que estreiam com dramaturgia de Silvia Gomez e direção de Gabriel Fontes Paiva.

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Débora Falabella explica como é ter um grupo de teatro em 2024, em um cenário antigo de desvalorização da cultura.

“O Grupo 3 de teatro durou 17 anos. Foram 17 anos muito felizes, com espetáculos maravilhosos e às vezes muito difíceis mesmo. É difícil se sustentar. Como ele era um núcleo pequeno de criação, eu acho que ele ficava mais fácil, não tinham muitas pessoas. Mas manter, continuar com o trabalho durante muitos anos foi ficando um pouco inviável também, porque cada um tem seus projetos pessoais. Mas foram 17 anos muito bons”, conta.

Também diretora, a atriz Yara Novaes complementa a ideia da colega de profissão, defendendo o teatro enquanto lugar de resistência.

“Eu acho que ter um grupo de teatro ainda é um lugar de resistência artística, porque é um lugar que você vai poder também se experimentar. Por mais que você tenha um diálogo, um mercado, você começa a ser dono do que você quer fazer, você escolhe o que você quer fazer. E tem a possibilidade de desenvolver também uma linguagem, que é uma linguagem própria, uma linguagem que você se identifica com ela. Só que, como todo grupo de teatro é um casamento, ele vai acabar um dia”, analisa.

A dupla trabalhou em perfeita harmonia em “Neste Mundo Louco Nesta Noite Brilhante”, pela sobre o crime de estupro. Falabella descreve o texto “dramaturgicamente muito interessante”. Ela é dirigida por Yara Novaes.

“É um texto dramaturgicamente muito interessante. É uma peça que alcançou muito e tem uma identificação muito grande. E aí a direção da Yara também para esse espetáculo é algo… A única pessoa também que eu consegui imaginar dirigindo era ela! E ficou uma montagem muito bonita”, revela.

O texto foi escrito sob medida, pela dramaturga Silvia Gomez, pensando justamente em Débora e em Yara, que destaca como o texto experimenta a realidade nas cenas, apesar do tema forte e delicado.

“Esse texto é um texto que foi escrito para mim e para a Debinha. Escrito pela Sílvia Gomes, que é uma dramaturga maravilhosa, que também é de Belo Horizonte. A Silvinha escreveu esse texto pensando na Debora e em mim. O grande barato dele é que ele não perde o teatro, apesar de falar de um tema tão difícil e tão urgente. Ele é um texto que se experimenta e vai fundo na linguagem teatral. E isso é o mais bacana, porque ele não deixa de experimentar a realidade”, explica.

Débora Falabella revela a importância da plateia nos espetáculos e destaca como uma atriz de TV pode levar o telespectador às cadeiras do teatro, citando o exemplo da personagem “Nina”, da novela “Avenida Brasil”, da TV Globo.

“A gente viajou e tinha também uma vontade de formar plateia. Quando uma atriz faz televisão às vezes leva a pessoa para o teatro realmente pelo motivo da TV. Uma coisa vai realmente alimentando a outra. Quando eu e a Yara começamos a trabalhar juntas, a gente fez um espetáculo chamado Noites Brancas, e eu tinha começado a fazer TV, fazia a Mel. Muita gente assistia um texto do Dostoiévski e gente que não estava sabendo o que ia ver e se surpreendia positivamente. A gente conseguir trazer o teatro para esse caminho popular que a TV tem e conseguir fazer isso trazendo essas pessoas que estão acostumadas a nos assistirem é muito positivo”, conta.

Yara Novaes comenta o aumento do número de casos de estupro no Brasil, conforme divulgado, nesta semana, pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

“Talvez, até esse número que a gente tem visto, aumentando, nesse anuário de segurança que saiu agora, por exemplo, por incrível que pareça, possa ser um avanço. A maioria desses estupros acontecem dentro da casa, um filme de terror com crianças. Também tem muitos estupros que não são notificados, talvez, o aumento seja isso também. Para diminuir, é preciso que as ações sejam integradas, você tem que ter o acolhimento, denúncia, mas também tem que tratar esse homem, você tem que tratar o estuprador”, diz.


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Post original através de cbn.globo.com

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