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Teatro Oficina: emparedamento de arcos vai provocar mudanças em peças

Teatro Oficina: emparedamento de arcos vai provocar mudanças em peças

São Paulo — O emparedamento dos arcos do Teatro Oficina deve provocar mudanças na forma como peças serão encenadas ao longo deste ano. As aberturas no fundo do imóvel foram fechadas nesta segunda-feira (5/2) pelo Grupo Silvio Santos, proprietário do terreno para onde estavam viradas.

“A gente vai ter que reorganizar a dramaturgia das peças porque justamente esse patrimônio, essa visão, foram completamente emparedados”, afirma a arquiteta cênica Marília Piraju, associada ao Oficina.

Marília explica que, em 2014, o município tombou o teatro como bem imaterial. “O que se produz aqui dentro, a nossa linguagem de criação, ela é protegida como bem imaterial, cultural, histórico e arqueológico da cidade de São Paulo“, afirma.

Segundo a arquiteta cênica, o emparedamento afeta as encenações. “À medida que o arco está fechado, essa relação imaterial está ferida e agride, inclusive, a nossa linguagem. Em 2024, a gente vai abrir os trabalhos com peças que têm uma relação direta de contracenação com os arcos”, diz.

Marília explica que o prédio é tombado também pela patrimônio histórico nacional.


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A Justiça autorizou o emparedamento em decisão de setembro do ano passado, em sentença que determinava também a remoção de uma escada que, por meio dos arcos, permitia o acesso ao terreno.

Apesar da decisão, acolheu a recomendação do Ministério Público de São Paulo para que a obra fosse realizada apenas após a aprovação dos órgãos de defesa do patrimônio.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deverá fazer uma vistoria no local nesta terça (5/2).

Histórico

O terreno ao lado do Teatro Oficina é alvo de disputa há décadas. Morto em julho do ano passado, o diretor José Celso Martinez lutava pela criação do Parque do Rio Bixiga ao lado do prédio.

As discussões com o Grupo Silvio Santos envolvem a possibilidade de desapropriação por parte da Prefeitura de São Paulo, segundo o Ministério Público de São Paulo.

Procurada, a prefeitura não se manifestou até a publicação dessa reportagem. O espaço segue aberto.

O que diz o Grupo Silvio Santos

Procurado na tarde desta segunda (5/2), o Grupo Silvio Santos disse que “só buscou reparar o estado original de nosso imóvel após longa e exaustiva discussão jurídica que reconheceu, nos autos do processo, que a referida escada nunca havia sido parte do tombamento do Teatro Oficina”.

Segundo o grupo empresarial, foi comprovado o direito, obteve-se a decisão favorável e foi cumprida a decisão judicial. “O correto teria sido a outra parte ter executado o reparo, mas, pela incapacidade financeira alegada, o Juízo entendeu que o GSS poderia fazê-lo”, afirmou, em nota. “Reforçamos que temos muito respeito pelo Teatro Oficina e esperamos que compreendam”, disse.

Veja quais peças do teatro serão afetadas

O BAILADO DO DEUS MORTO
23 de fevereiro a 31 de março de 2024
sexta a domingo, sempre às 20h

BORI
parte da programação da MIT
8 de março de 2024
sexta às 15h

MUTAÇÃO DE APOTEOSE
12 de abril a 9 de junho de 2024
sexta a sábado 20h / domingo 18h

Post original através de www.metropoles.com

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