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Vítima de uma relação tóxica

Vítima de uma relação tóxica

Com sucesso de público e elogios de críticos, o premiado monólogo “Só vendo como dói ser mulher do Tolstói” prorroga temporada, a partir de 16 de fevereiro, no Teatro Glauce Rocha/Auditório Murilo Miranda, no Centro, com sessões, às sextas e sábado, às 19h30.

Com texto de Ivan Jaf, direção de Johayne Hildefonso, interpretação de Rose Abdallah e música original de André Abujamra, a peça procura desmitificar o mito Tolstói, ao expor o machismo do autor de “Guerra e paz” e “Anna Karenina”, e jogar luz sobre o protagonismo feminino. O detalhado figurino de época da peça, assinado por Giovanni Targa, foi indicado ao Prêmio Shell e venceu o Prêmio Fita.

Um dos escritores mais importantes da literatura ocidental, o russo Leon Tolstói teve uma relação extremamente tóxica com a esposa Sofia. Idealizadora do projeto, a atriz Rose Abdallah dá vida a Sofia Tolstói, cujos diários escritos durante 48 anos comprovam um relacionamento patriarcal, machista e abusivo. Ofuscada pela fama do marido por dois séculos, só agora, com os movimentos de empoderamento feminino, a voz de Sofia começa a ser ouvida.

Em “Só vendo como dói ser mulher do Tolstói”, uma atriz prepara-se para entrar em cena no papel de Sofia. No camarim, mistura a voz da personagem com sua voz feminista atual, indignada e revoltada com o escritor machista e abusivo. Mistura também épocas – inícios dos séculos XX e XXI – e espaços – Rússia e Brasil. Em uma linguagem do nosso tempo, Sofia, enfim, fala. Nos bastidores da vida de um grande homem, havia mesmo uma grande mulher, mas ela foi massacrada e oprimida.

“Conhecia Sofia apenas por foto e sempre ao lado do marido. Quando li o monólogo, foi uma mistura de sentimentos: amor por ela e choque por conhecer o outro lado de Tolstói. Apesar de toda a sua genialidade, ele era um homem comum, um russo seguidor fiel dos ensinamentos do Domostroi, que, em russo, significa ‘ordem na casa’, ‘se o marido não domar a esposa, todo lar desmorona’. Conheço mulheres que ainda hoje vivenciam esses mesmos conflitos. Talvez leve alguns séculos para que uma mudança concreta ocorra e que, finalmente, as mulheres tenham seu protagonismo reconhecido”, reflete Rose.

SERVIÇO

SÓ VENDO COMO DÓI SER MULHER DO TOLSTÓI

Teatro Glauce Rocha (Av. Rio Branco, 179, Centro)

De 16/2 a 30/3, às sextas e sábados (19h30)

Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia)

 

Post original através de www.correiodamanha.com.br

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