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Mutirão pró-teatro – Colaboradores – Diário do Nordeste

Mutirão pró-teatro – Colaboradores – Diário do Nordeste

Há poucos dias, retornando a cidades onde já morei ou costumeiramente visito peguei-me refletindo sobre um triste desperdício (ou subutilização) de equipamentos públicos tão relevantes: os teatros municipais. Penso no quanto a falta de uso destes espaços poderia ser revertida se houvesse maior empenho e integração de Secretarias Municipais e Estadual (além do próprio Ministério) da Cultura.

Instalações como as de Espaços Culturais e/ou Teatros como o Francisca Clotilde (na histórica Rua Grande, em Aracati), São João (Sobral), Raquel de Queiroz (Quixadá), Márcio Mendonça (Limoeiro do Norte) e Raimundo Fagner (Beberibe), entre tantos outros, ganhariam tanto se sua real finalidade fosse cumprida. Principalmente, ganhariam os espectadores de todas as idades e a cultura local.

Em alguns casos, vê-se que o abandono a que foi relegado o espaço nos últimos anos requer investimentos (não gastos) para recuperação. Para tanto, que gestores locais, caso não disponham de recursos suficientes, reconheçam o valor destes equipamentos, elaborem projetos de revitalização e busquem apoio estadual, federal, emendas parlamentares ou parcerias público-privadas.

É fato que, em muitas cidades, o orçamento reservado à cultura não passa de mero simbolismo, assim como a manutenção de secretaria voltada à área é mera formalidade a justificar a divisão política de poder (rateio de cargo para satisfação de egos). Mas já é hora de desfazer a ideia de que cultura se resume à contratação de shows musicais em datas especiais (aniversário da cidade, virada de ano).

Aliás, os teatros municipais devem, numa programação diversa, receber, apresentações musicais, show de humor, peças teatrais, recitais, concertos, mostras de fotografias e exposições de pinturas e esculturas. Cada parceria entre entes públicos, artistas e companhias poderia prever, além das apresentações subsidiadas (parcial ou integralmente), encontros (palestras, oficinas) com integrantes de grupos locais em formação, numa rica troca de conhecimento e experiência.

O Ceará tem um longo e consistente histórico como celeiro de grandes nomes em várias manifestações artísticas. É mais do que chegada a hora de se pôr em prática um mutirão pró-teatros. E, especialmente, de sua interiorização.

Valdélio Muniz é jornalista

 

Post original através de diariodonordeste.verdesmares.com.br

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